domingo, 15 de novembro de 2015

Poemas - Vencedores

 1° Lugar  Fermoso1 Mar  -  -   Dimithryus -  São Paulo - Brasil

Ouve ó mar, o canto do mundo

Que hasteia suas velas na vontade

Quebrando com as olas despercebidas.

Faz da caravela o carro de Zeus

Cala-te ó vento que rufa entre abismos

O peito que bate ligeiro e sigiloso

A cortar os mares além da Tropobana2.

Reúna-se a gana dos mares todos

A Goa, Damão, Diu3 e Vera Cruz4

Que suas naus nunca cessem

E não cale o grito oculto do navegador.

Suas naves sobrevoam as águas

E recriam os mapas do novo mundo

São os mares de Atlas, nunca dantes navegados.

No monte que se oculta

Ó geração Luso

Repicam as velas de Cristo

As velas de África a Ásia 

Da ocidental praia lusitana

A afagar seus filhos a fermosa mãe.

Ouve ó mar, o canto do mundo

Que hasteia suas velas na vontade

A repicar as velas de Cristo

Da ocidental praia lusitana.

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2° lugar Portugal

Ana Bela Borges

As palavras custam a sair 

como metidas no espaço da voz 

em talas dimensionais 

que as prendem e lhes amarram 

as asas que antes tinham 

leves como pardais.

As palavras custam a sair 

porque os dias que passaram 

trouxeram a sombra à luz do ninho 

e deixaram-te a alma 

que trazias calma 

num desalinho.

Levará tempo até que prepares as palavras 

até que as encontres 

as alises e as limpes de impurezas 

as amacies as tragas à boca ou ao aparo da caneta 

as acaricies 

as devolvas à curva escondida das incertezas.

E quando voltares a ter as palavras 

para dizeres dos dias e das noites 

das horas 

das asas 

da alma 

Serás de novo o ser frágil e pequenino 

que aprende a usar o verbo 

a abrir o bico 

a estender as asas


a abandonar o calor do ninho.

ANABELA BORGES


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3° lugar - Sanjo Muchanga - Cidade de Maputo - Africa

Aos Críticos Literários

Sempre escrevo no silêncio das vozes humanas

Sempre questiono porque tanto escrevo poesia

E as vezes escrevo as histórias e as crónicas vazias

Seria a preguiça de pensar em outros assuntos?

Não terei resposta senão indagações sombrias

Que caracterizam a dor e o vazio dum ser poético 

Se tiver, será um mero conceito do nada ser

Para enfatizar a ignorância da escrita que me fez.

Tão normal é viver de lamentações e favores

Difícil é reconhecer a alma que vitaliza o poeta

Tão normal é lançar a crítica aos escritos divinos

Difícil é saber a origem das mesmas na divindade.

Escrevi tanto mas ainda não sei o que tanto escrevi

Apenas libertei vozes do meu íntimo, acho poético

Para descrever o que tanto falo e escuto do silêncio

Que me aprisiona nesta vontade de escrever-vos.

Sanjo Muchanga




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